Que tempos que vivemos! Definitivamente, ninguém estava contando com um 2020 assim. Tudo o que eu desejo é que todos estejam bem e sobrevivendo a esses dias da melhor forma!
Vou ser sincera com você, já tive algumas fases nesses primeiros dias:
Primeiro, tentei manter um humor otimista e trabalhei pra caramba, pra migrar meus alunos todos pro modo online, ajudar outros professores, assistir cursos, gravar vídeos, estudar e tudo o que eu tinha direito! Nem respirei.
Depois bateu a deprê da situação, o acúmulo de coisas gritou na saúde e o corpo me disse : PARA!
Parei mesmo, parei de gravar, parei de estudar e apenas me ative aos compromissos com meus alunos, afinal, preciso continuar trabalhando. Mas parei, meditei, tomei muito relaxante muscular pois a tendinite veio forte, orei muito, e agora estou aqui, um pouco descansada, e quase pronta pra viver os próximos dias.
Pensando nisso tudo, percebi que trabalhei bastante, mas nada foi dedicado a música que me faz feliz, e eu tenho pregado que o canto, de todos os seus aspectos, um deles é fazer a gente feliz, mas por incrível que pareça eu não cantei pra mim. Cantei pra ensinar, cantei pros outros, mas nesses dias, em nenhum momento eu tinha cantado pra mim. Daí fechei os olhos e sem pensar em nada, cantei todos os sons que minha voz era capaz de produzir do mais grave ao mais agudo, como uma espécie de meditação cantada, sem muito volume, sem muito esforço, apenas sons que minha voz produzia de forma tranquila. E pra mim foi um momento libertador, um louvor de agradecimento a Deus e à vida por estar aqui neste momento, sobrevivendo, tenho que agradecer por estar viva e por todos ao meo redor estarem bem. Buscar força e sabedoria pra ajudar quem precisa de ajuda nesse momento e cumprir minha parte como ser humano.
Essa é uma reflexão que estou tendo, neste sábado de manhã, daí tive que escrever e compartilhar. Não sei o dia de amanhã e espero que tudo isso passe logo, e que voltemos a estar juntos, fazendo música.
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